

Técnica originária do interior da Inglaterra que remonta ao período medieval europeu. No COB a matéria prima principal é o barro argiloso adicionado de palha e um pouco de água, o segredo de um bom COB está no trabalhar o barro, que deve ser pisado de forma quase rítmica até se chegar ao ponto, ou liga, desejada. A proporção de argila na terra deve estar em torno de 30%, em alguns casos é necessária a adição de areia à mistura, a palha ideal é a de arroz, que vai servir como a amarração dos blocos de COB ao serem montados na estrutura.
Quase que uma massa de modelar, a técnica permite dar-se a estrutura a forma desejada, construindo casas com formas artísticas, arredondadas, com armários ou sofás embutidos nas paredes, após o período de secagem uma casa de COB parece ter sido esculpida de um bloco só.
Na técnica não é necessário adicionar cimento, não dependendo de gastos com materiais externos, e com todas as vantagens que só uma casa feita de terra possui.Construir com terra é saudável, ecológico, econômico e muito prazeroso. É como esculpir paredes com as próprias mãos, imprimindo no barro formas, desenhos, texturas, tudo o que a criatividade permitir.
Uma técnica antiga de construção com terra muito usada na úmida Inglaterra, mas também empregada nas áreas mais secas do México e dos EUA.A mistura, a gente faz com os pés. Sobre uma lona grossa, acrescentamos terra, areia, palha de capim braquiária, serragem e água. Depois, já descalços, pisamos sobre a massa, dançando, cantando, dando risada, sentindo uma troca gostosa de energia com a terra. Até que a massa fica mais homogênea, macia, no ponto de fazer pãezinhos.
É hora, então, de usar as mãos. Com um punhado da massa, vamos moldando os pães e empilhando-os para dar forma à parede.Como a parede tem que ser espessa - pelo menos, uns 30 centímetros – é possível esculpir nichos para expor livros, artesanato, louça da cozinha ou até servir de armário para as roupas. Também dá para esculpir bancos, sofás, lareiras e aberturas para a luz natural em formatos inusitados, como gotas, flores e estrelas.
Não há limites para o que se pode fazer com o Cob. Versátil e ecológico, o material tem ainda outras inúmeras qualidades. Ao contrário das paredes de cimento, concreto ou gesso, essas estruturas de terra são vivas porque permitem uma melhor troca do ar interno com o externo. E, como esse processo ocorre lentamente, paredes de Cob proporcionam excelente conforto térmico: mantêm a casa quentinha no inverno e fresquinha no verão. Sem falar que parede de barro filtra o ar que entra na casa, melhorando a qualidade interna do ambiente.E mais, o Cob é mais resistente a abalos sísmicos e ao fogo, pode ser usada por populações mais carentes porque custa pouco, é bonito e ainda dispensa o uso de fôrmas de madeira, já que os pãezinhos são empilhados sem a necessidade de qualquer amparo artificial – o que poupa muitas árvores dês serem cortadas da mata para virar fôrma descartável para a construção civil.Liberdade e simplicidade são palavras-chave desse tipo de construção. E são também valores essenciais para a construção de um mundo em harmonia com as necessidades do planeta e de cada um de nós.
Vantagens:
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qualidade do ar
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isolante térmico
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independente de cimento
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possibilita formas orgânicas e artísticas
São construções que se tem uma preocupação ecológica desde a concepção até a sua ocupação. Utilizam-se materiais que não agridam o meio ambiente, e se possível, reciclam materiais locais, aproveitando resíduos e o uso de matéria-prima disponível no local, como a terra. O projeto como um todo foca no aproveitamento dos recursos disponíveis com o mínimo de impacto ambiental visando a integração com a Natureza.
Itens sustentáveis como reaproveitamento de resíduos, coleta de águas pluviais, uso de fontes de energia renováveis, aproveitamento da energia passiva, são exemplos de preocupações da bioconstrução.
Os ocupantes das bioconstruções também seguem a filosofia de responsabilidade ambiental.
Bioconstrução

Cob
Fardo de Palha
Dos materiais naturais comumente utilizados na bioarquitetura o de melhor conforto térmico e acústico é com certeza a palha, numa das técnicas mais recentes, desenvolvida há menos de duzentos anos nos Estados Unidos.A construção com fardos de palha se aproveita dos mesmos fenos que são utilizados para conservação e transporte da forragem animal, mas que na maioria dos casos é resíduo abundante das lavouras de produção de cereais, como o trigo e o arroz. A grande vantagem deste material consiste no fato da palha dos cereais conter sílica, que com o passar do tempo fossiliza contribuindo com a longa durabilidade do material. Uma edificação de fardos de palha conta com elevada eficiência térmica e leva pouco tempo a ser construída. Devido a leveza e funcionalidade dos fardos estes funcionam como blocos a serem encaixados, erguendo assim paredes de forma rápida e simples.
Vantagens:- um resíduo abundante nas lavouras de trigo e arroz- contém sílica, atribuindo vida longa a obra- conta com elevada eficiência térmica- técnica de rápida execução
Já diz o ditado permacultural:
"O problema é a solução".
Os mosaicos podem ser obtidos de forma muito fácil e econômica, na confecção são utilizados pedaços e restos de pisos e cerâmicas. É fácil conseguir a matéria prima, basta procurar junto à demolidoras ou no depósito de lixo local, quanto maior a variedade de cores e padrões, mais criativo deve ser o resultado final.
O mosaico é excelente para revestimentos no banheiro ou na cozinha, pisos ou um enfeite externo num muro ou numa mesa de jardim. O resultado é excelente e o investimento é pequeno visto que se trata de um resíduo que geralmente acaba virando entulho.
Vantagens:
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versatilidade
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visual
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economia
Mosaico
A técnica da taipa de mão, também conhecida como pau-a-pique, barro armado, taipa de sopapo ou taipa de sebe, consiste em armar uma estrutura de ripas de madeira ou bambu com uma mistura de barro.É uma técnica simples de construção, muitas vezes tratada com preconceito pela aparência rústica.
No Brasil, foi trazida pelos portugueses e, desde então, é muito utilizada no meio rural, no sertão central e nordestino.Uma boa construção de taipa de mão conta com uma base sólida de pedras ou concreto para proteger as paredes da umidade. Mas neste caso, para a fundação das paredes é necessário enterrar as ripas à mais ou menos 30 cm no chão.
É necessário primeiro demarcar a área da construção, onde estarão os cantos e fixar nas quinas as maiores peças (geralmente troncos de madeira).Ideal é utilizar uma fundação com pedras ou concreto, mas nesta técnica, como é necessário fixar as paredes ao chão, com pouco material geralmente as construções são levantadas apenas utilizando o solo batido com um pilão.Uma boa fundação para construção com taipa exige vigas baldrames que possam além de receber as cargas, soerguer a casa, ao mesmo tempo em que servem de base para as paredes. Neste caso, as vigas estão enterradas até a metade no solo, o restante mais ou menos 50 cm, fica para cima. Nesta face, as vigas possuem calhas de 30 cm de profundidade, onde receberão as paredes.
Pau a Pique
Taipa de Pilão
As ripas na taipa de pilão servem como amarração para formar as paredes. Elas devem ser presas vertical e horizontalmente entre si, para formar uma tela com aberturas quadrangulares de mais ou menos 10 cm. Estas telas devem ser fixadas aos pilares de canto, de centro, às vigas e serem apoiadas na calha das vigas baldrames.Para amarrar a tela, pode-se utilizar corda ou pregos para prender as ripas.
Estando todas as telas fixadas, a calha deve ser coberta pela mesma mistura de barro a ser utilizada para vedação das paredes. Para finalizar a fundação, as quinas devem ser concretadas.Este é um tipo de fundação especial para taipa de mão, pois protege as paredes da umidade do solo.
Normalmente, as casas de taipa de mão utilizam pouco material. Muitas vezes, as pessoas que as constroem não têm possibilidade de empregar cimento.Neste caso, apenas cavam-se as calhas ( ou valas) e estruturam as paredes e pilares diretamente no chão.Diferentemente das outras técnicas de construção com barro, com a taipa de mão, as aberturas de janelas e portas são feitas depois que a estrutura da parede está pronta.
As paredes feitas com taipa de mão tendem a ser pouco resistentes à compressão, por isso, na hora de cobrir a construção, deve-se escolher materiais leves para o telhado.Geralmente são escolhidos materiais que se encontram próximo ao local da obra como palha de coqueiro, palha de barnaúba, sisal, palha de buriti etc. Para este tipo de cobertura são usadas as palhas verdes, tratadas com algum tipo de defensivo para proteger de insetos e fungos.
Telhas cerâmicas comum e onduladas podem ser utilizadas, mas devem tomar cuidado com o excesso de peso e a quantidade do madeiramento.Seja qual for o telhado, é imprescindível que tenha entre 50 cm ou mais de beiral, para proteger a construção da água da chuva.
A última etapa da construção com taipa de mão é o preenchimento das telas com a mistura de barro. Este processo se chama barreamento.Normalmente são feitos três barreamentos.O primeiro usa uma quantidade maior de barro, pois é necessário cobrir todos os espaços vazios. É fundamental que o barro fique bem compacto entre as ripas e cubra todas as peças de madeira. As madeiras desprotegidas ficam a mercê de ataques de cupins e a deterioração.Esta etapa é a mais importante, pois ao menor sinal de espaços sem barro, este quando seca tende a despedaçar, criando buracos na parede.A construção não deve conter nenhum buraco, espaços vazios entre as paredes com o telhado, entre os cantos com o chão, não deve ter trincas ou rachaduras, pois insetos e pequenos roedores costumam se alojar nestes lugares. Uma vez instalados esses animais costumam comprometer por dentro a integridade da estrutura, se alimentado e aumentando os buracos. Fora isso prejudicam a salubridade dos ambientes trazendo doenças para os residentes. Um dos insetos mais perigosos nesses casos é o barbeiro.
De três a quatro semanas é feito o segundo barreamento. Quando o barro seca, normalmente ele começa apresentar trincas, por isso a casa deve receber uma nova demão. Desta vez, usa-se menos material, é fundamental cobrir todas as trincas e, com uma espátula, deixar todas as faces lisas para receber o próximo acabamento.Depois de um mês é feito o último barreamento. Este, por sua vez, deve ser feito com uma mistura mais úmida de barro e cal. Normalmente passa o barro nas paredes alisando com a mão e deixando as faces novamente lisas.Por fim, depois de seca a última demão, pode-se pintar a casa por dentro e por fora para garantir melhor proteção nas paredes.
Surgida na Alemanha a técnica do Leichtlem, ou taipa leve, é a ideal para preenchimentos isolantes ou divisórias internas. A matéria prima é a palha de cereal, abundante em áreas agrícolas, lambuzada com lama de barro argiloso.
Na taipa leve utilizam-se fôrmas de madeira presas a algum suporte ou coluna, dentro das fôrmas é colocada a mistura de palha e lama que depois é socada. A fôrma vai subindo conforme vai sendo preenchida, depois de seca a parede está firme e pronta para receber o reboco.
As paredes de taipa leve não são autoportantes dependendo de colunas de apoio e ficando seu uso restrito a divisórias. Estas pequenas limitações não oferecem oposição às inúmeras vantagens da técnica, que incluem isolamento térmico e acústico, baixo custo e uso de um recurso/resíduo do local.
Vantagens:
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semresíduo
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muito rápida e simples
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ideal para divisórias
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serve como preenchimento térmico
Taipa

Projeto Kanobia

Projeto Kanobia